Pesquisa personalizada

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Dicas - Sistema de Lubrificação

Além das duas rodas a menos, as motocicletas têm outras grandes diferenças mecânicas com os carros, entre as quais o sistema de lubrificação.

Enquanto nos carros há um lubrificante específico para o motor e outro para a caixa de transmissão, na maioria das motocicletas com motores quatro tempos à venda no Brasil o mesmo óleo lubrifica cilindros, pistões e também caixa de marchas e embreagem. Esta importante diferença técnica mostra que não se pode, em hipótese alguma, usar óleo para automóveis em motos e vice-versa. O engenheiro Celso Cavallini, da Esso Brasileira de Petróleo, que fabrica os óleos Mobil, diz que as peculiaridades não param por aí. "O volume de óleo em um carro é de cerca de quatro litros, já nas motos menores, esse volume não passa de dois litros.

Esse é outro fator importante", explica. A embreagem úmida das motos demanda um óleo de composição mista, afirma Cavallini, ou seja, sem os redutores de atrito utilizados nos lubrificantes dos carros. Caso contrário, a embreagem das motos patinaria demais. Outro fator levado em conta para se desenvolver um óleo para motocicletas é a alta rotação dos motores das motos. Em média, um carro tem potência máxima a 4.000 rpm, enquanto uma moto produz a potência máxima na faixa dos 7.000 rpm.

"Com isso a temperatura do motor é bem mais alta. O óleo de moto tem de ser mais robusto e resistente", diz o engenheiro. O lubrificante das motos tem ainda a função de refrigeração do motor. A maioria dos modelos até 250 cc, por exemplo, não têm refrigeração líquida e o óleo em conjunto com o ar auxilia neste processo - por isso chamado de refrigeração mista (ar e óleo). Quando bem refrigerado, o motor trabalha na temperatura certa, evitando assim desgaste excessivo dos componentes.

Leia o manual
Outra dica importante diz respeito à utilização do óleo correto para a moto. "Deve-se sempre seguir a recomendação dos fabricantes", aponta Cavallini. Nada de seguir apenas as normas API (SF, SG) feitas para os automóveis. "O que importa no óleo de moto é a sigla 'Jaso', uma norma japonesa feita exclusivamente para motocicletas. Mas seguindo o que manda o manual do proprietário, não tem como errar", complementa. Por isso é importante ler o manual do proprietário de cada moto e usar o óleo recomendado pelo fabricante que, segundo o engenheiro, já realizou longos testes em diversas condições para saber o tipo de óleo e a quantidade correta a ser colocada na moto.

A hora certa
Na hora do cliente trocar o óleo sempre fica a dúvida: com qual quilometragem deve ser feita a substituição? Nada de seguir o senso comum, uns falam em 1.500 km, outros 3.000 km. "No manual, o motociclista também encontra esta informação", recomenda Celso. Os fabricantes ainda costumam advertir sobre condições severas de uso, como por exemplo, em estradas de terra, onde há muita poeira, nesses casos, geralmente previstos no manual, recomenda-se diminuir o intervalo entre as trocas de óleo.

Outra dica importante é verificar o óleo periodicamente, se possível toda semana, e completar o nível quando necessário. Por último, vale lembrar que para um bom funcionamento do sistema de lubrificação deve-se trocar o filtro de óleo e o filtro de ar, nos intervalos indicados pelo manual do proprietário. Isso para evitar que partículas sólidas se acumulem no motor e aumentem o desgaste natural dos componentes.

Nenhum comentário: